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Como criar um bom nome para uma marca de vinho

A gama abrange cinco vinhos

Como criar um bom nome para uma marca de vinho

O nome é uma peça chave da marca: dá o tom a tudo o que um vinho e produtor representam. Quando tem um bom nome, as pessoas lembram-se e criam uma ligação emocional com a marca. Já um mau nome é aquele que se esquece facilmente, é limitador ou não está relacionado com a marca.

Escolher o nome é como colocar a pedra angular de um edifício. Uma vez no lugar, toda a estrutura fica alinhada. Muitos produtores vinícolas surpreendem-se com a dificuldade em achar um bom nome para o seu vinho. Esta tarefa pode tornar-se angustiante quando descobrem que muitas das suas escolhas já foram registadas.

empresas de “naming” e um copywriter experiente irá ajudar.

 

Os aspetos a ter em atenção na escolha do nome para um vinho ou produtor.

1 – O nome é memorável e fácil de soletrar – É crucial que os seus clientes se lembrem do nome do seu vinho ou adega. E sejam capazes de encontrá-lo numa lista ou na internet. Siglas e grafias difíceis são má ideia. Ninguém se lembra de um nome como “HMNIRSSE”.

2 – Tem um elemento visual – O que lhe veio cabeça ao ler “HMNIRSSE”? Provavelmente nada. E em “Vinha Azul”? O ser humano está preparado para “ver” imagens quando lê ou ouve. Incorporar um elemento visual no nome pode ser uma poderosa ajuda para a memória.

3 – Tem uma conotação positiva – Muitas palavras têm uma denotação (significado literal) e uma conotação (significado emocional). Um exemplo é a diferença entre “Pinga” (que tem uma conotação com o modo de beber) e “Gota” (que tem uma conotação neutra). Ao criar o nome escolha palavras com conotações positivas adequadas. Se o vinho é jovem e leve, o nome “Primavera” será mais adequado do que “Trovão”.

4 – Transmite a essência do vinho ou produtor – O nome torna-se uma extensão natural da marca, mostra ao mundo os seus valores e posicionamento. Procure incorporar tanto os seus valores como as suas características distintivas.

5 – É bastante curto – Este é um passo para que os clientes sejam capazes de o memorizar. Mas também é importante para fins práticos e promocionais: é mais fácil enquadrá-lo num rótulo, no cartão de visita, anúncio, ou surgir bem posicionado na pesquisa na internet.

 

Como achar o nome certo para uma marca

Antes de avançar comece por definir que elementos quer realçar: determine qual é a sua essência, a sua visão. Um produtor pode querer enfatizar a tradição, ao passo que outro prefere destacar a personalidade do enólogo… O que quer realçar? E o que é mais relevante para o seu cliente-alvo? Se este procura status, experimente um nome que apela ao luxo. Se é uma dona de casa atarefada pense num nome que facilita a sua vida…

Uma vez definidos estes objetivos liste todas as palavras que lhe ocorrem: as qualidades que quer associar ao vinho e o que pensa que os clientes procuram. Anote todas as palavras que lhe ocorrem (fazer duas colunas de nomes ajuda). Procure as palavras que fazem sentido simultaneamente para o seu vinho e para os seus clientes.

Nomes fáceis de soletrar e pronunciar são cruciais para exportar  (neste caso veja se a palavra tem outro significado, para evitar equívocos).  A procura de nomes curtos e claros leva alguns produtores a cunhar novas palavras. Isso funciona bem quando a palavra inventada soa real. O nome “Duorum” soa como “Douro”, que reflete a origem do vinho, distinguindo-o de outros.

 

Erros a evitar ao criar o nome

Evite a tentação de decidir em “comité”. Consultar familiares e colaboradores parece acertado. Mas geralmente resulta numa decisão de consenso: um nome neutro, seguro e indiferenciado. O ideal é envolver apenas duas ou três pessoas que sintam o projeto no coração.

Usar palavras demasiado genéricas que nunca se destacarão é outro erro frequente. A primeira empresa numa categoria pode ir longe – Companhia das Quintas, Real Companhia Velha…. Mas quando há concorrência é preciso diferenciação e é mais importante criar o seu nicho, mostrar a sua singularidade.

Muitas empresas optam por usar o nome da sua localidade ou propriedade. Embora isso possa ajudar no início, muitas vezes torna-se um obstáculo quando a empresa cresce. Além disso deve ter em atenção que para utilizar as expressões «Quinta» e «Herdade» o nome tem de constar na matriz da propriedade, bem como ser inscrito na respetiva CVR.

 

Como registar o nome de uma marca

Selecione os três melhores nomes da sua lista. O próximo passo é registar o seu nome.  Certifique-se de que o nome que escolheu não está registado nos países onde quer utilizá-lo e registe-o. Em Portugal pode fazer o registo nacional e internacional online no site do Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI,  na classe 33.

Uma vez registado o nome é uma propriedade valiosa, que acrescenta valor à sua marca!

 

Rita Monteiro, Copywriter e Membro da Wine & Shine 14 Outubro, 2016

Rita Monteiro

Rita Monteiro é Directora Criativa da Tinta Amarela. Copywriter com uma extensa experiência em Branding e Estratégia, Gestão de Conteúdos e Redes Sociais. Trabalhou na construção de marcas de sucesso em diversos sectores como a banca, bens de consumo, hotelaria e saúde.